O SURDO OLÍMPICO

O Surdo-Olímpico foi importante para o crescimento dos atletas brasileiros que nunca haviam participado de um evento internacional.


O 21o Jogos Olímpicos de Surdos não dá parâmetro para uma análise individual dos países e ou atletas com relação ao nosso judô. Os treinos eram realizados em duas áreas e em horários distintos o que não proporcionou nenhum tipo de estudo ou troca de informações com relação ao judô.

O nível dos atletas estrangeiros é notório, principalmente pelo vasto currículo internacional que a grande maioria possui. Os atletas da Europa e Ásia participam de grandes circuitos e campeonatos em seus Continentes o que proporciona uma maior troca de conhecimento e experiência. Além dos Mundiais e Surdo-Olímpicos já que a grande maioria dos países europeus e asiáticos investe no judô de surdos. Muitos dos atletas do Surdo-Olímpico já haviam participado de pelo menos um evento internacional de surdos.
Apesar de ser a primeira olimpíada dos judocas surdos e sua grande maioria serem faixas verdes, únicos no Surdo Olímpico, o Brasil honrou a nossa modalidade e trouxe a inédita medalha, um bronze, em Jogos Olímpicos de Surdos para o desporto nacional.

Com relação à organização, os surdos que já participaram de várias edições, informaram que vem crescendo o número de países, o quantitativo de atletas e a qualidade na organização. Todos foram unânimes em dizer que o Surdo-Olímpico em Taiwan, Taipei, foi à melhor, principalmente pela belíssima festa de abertura.

A postura do oriental é bem diferente dos ocidentais. A cultura bem diferente, onde taiwaneses e japoneses demonstram todo o respeito e seriedade que ouvimos falar e ou conhecemos. A China não participou devido à briga política que existe entre ambos. Taiwan luta pela sua independência.
O Brasil onde chega é muito bem recepcionado. Somos mundialmente conhecidos pela nossa alegria e calor humano.

A curiosidade fica por conta da LIBRAS INTERNACIONAL. Esta linguagem internacional de sinais favorece a comunicação entre todos. A LIBRAS Internacional foi desenvolvida com o objetivo de promover uma maior integração entre as várias culturas e línguas estrangeiras.

No Congresso Técnico de Judô de Surdos foram discutidos vários assuntos, como o próximo Mundial na Venezuela, em 2012, a importância dos Campeonatos Continentais, o judô pedagógico de surdos e o próximo Surdo-Olímpico, em 2013 na Grécia.

O próximo Pan Americano será em 2011 no Brasil, em Minas Gerais.

O judô pedagógico de surdos foi muito importante a troca de informações. França, Japão e Brasil expuseram suas metodologias.
A França e Japão desenvolveram sinais interessantes de suma importância para o desenvolvimento do judô em seus países, mas sem uma pedagogia que seja voltada para as dificuldades encontradas pelos surdos, em especial o entendimento na leitura, ou seja, a tradução da respectiva língua para a de sinais.
O Brasil, através do precursor do Judô de Surdos no país e técnico da 1a Seleção Brasileira, apresentou sua metodologia. O grande diferencial é que o sinal desenvolvido no Brasil visou justamente à dificuldade encontrada pelos surdos na tradução da língua portuguesa para a LIBRA. A grande maioria dos sinais desenvolvidos foi desenvolvida com as letras das técnicas, isto é, o surdo poderá associar o sinal através das letras a escrita quando esta não tiver ilustração.

Outra curiosidade é com relação ao que é colocado pelos dirigentes surdos no Brasil de que são proibidos pelo ICSD presidentes ouvintes a frente de entidades esportivas de surdos. No Surdo-Olímpico o professor Eduardo Duarte, técnico da Seleção de Judô, conheceu 4 presidentes ouvintes. Outro ponto é que os surdos estrangeiros são muito oralizados (falam) o que não é aceito pela comunidade surda no Brasil. Com isso, acredito que a integração e interação dos ouvintes e surdos nos países europeus e asiáticos é que os deixa mais fortes e organizados do que em nosso país.
Estou confiante que a comunidade surda com o devido esclarecimento dentro de muito pouco tempo poderá ver a importância da oralização e de uma maior integração com os ouvintes.

O Projeto Valorizando as Diferenças busca através do judô, valorizar as diferenças. O projeto foi criado há 5 anos e tem como objetivo atender as pessoas com necessidades especiais, em especial o surdo.
O Valorizando as Diferenças atende no 2o BPM - Botafogo, onde integra o Programa SUDERJ em Forma, na Ilha do Governador - Portuguesa e Rocinha, em duas associações de moradores.
Todos os 7 atletas surdos da 1a Delegação Brasileira de Judô de Surdos são alunos/atletas do Valorizando as Diferenças.

Prof. Eduardo Duarte.

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